
O Santos chega ao meio do ano ocupando a zona de rebaixamento do Campeonato Brasileiro. Para um clube que começava 2025 com a expectativa de reconstrução após o duro rebaixamento, o cenário atual é frustrante. O Peixe, que deveria estar buscando afirmação na elite, entrega bem menos do que prometia.
A volta de Neymar, anunciada com pompa, reacendeu a esperança do torcedor. O “menino da Vila” retornava como símbolo de uma nova era, mas o enredo virou frustração. Com um contrato de apenas seis meses, Neymar passou mais tempo no departamento médico do que no gramado, e sua contribuição, até aqui, foi praticamente nula.
Dentro das quatro linhas, a equipe não se encontra. Falta solidez, falta organização, falta o básico. Foram dez jogos no Brasileirão e apenas duas vitórias. A eliminação precoce na Copa do Brasil, que poderia ser uma válvula de escape, agravou ainda mais a crise. Em um momento em que uma classificação significaria alívio e motivação, o time cedeu, de forma melancólica, diante de um adversário tecnicamente inferior.
A troca no comando técnico não surtiu efeito. A apatia segue a mesma. A confiança dos jogadores parece dissolver-se a cada partida. O que se viu até aqui foi um Santos hesitante, sem identidade e cada vez mais distante das expectativas criadas no início do ano. O elenco, que muitos acreditavam ser capaz de surpreender, tem sido apenas figurante em uma temporada que exige protagonismo.
A torcida, naturalmente, reage. Cobra, protesta, se mobiliza. Mas também se pergunta: o que mais pode ser feito?
O futebol é coletivo. Não se faz um time com um nome só. São onze em campo, onze profissionais. Todos precisam funcionar, todos precisam se comprometer. É esse o único caminho para que o Santos reencontre o rumo. O tempo, porém, está cada vez mais curto.
A reconstrução que foi prometida não se cumpriu. O Santos tem que parar de viver do passado e encarar o hoje com a necessidade de urgência que ele exige. Ou muda a postura dentro e fora de campo, ou a Série A será uma pequena escala antes de um novo e humilhante retorno à Série B.