
É inegável o protagonismo feminino no esporte brasileiro, especialmente nos últimos anos. Na última edição olímpica, por exemplo, haviam mais mulheres do que homens na delegação brasileira; das 20 medalhas conquistadas, 12 são femininas e apenas as mulheres conquistaram medalhas de ouro.
Dentro e fora das arenas, as mulheres brasileiras estão fazendo história no universo esportivo! Confira 5 destaques dos meses de abril e maio.
Rebeca Andrade recebe Oscar dos Esportes

Foto: reprodução @rebecarandrade
Rebeca Andrade fez história novamente: a maior medalhista olímpica do país se tornou a primeira brasileira a ser premiada pelo Prêmio Laureus, o “Oscar do Esporte”. No dia 21 de abril, em Madri, a ginasta recebeu o troféu na categoria Retorno do Ano.
Resiliência e superação marcam a sua trajetória. Rebeca enfrentou graves lesões e passou por 3 cirurgias no joelho direito, em 2015, 2017 e 2019. Ainda assim, em Tóquio (2021), a brasileira conquistou medalhas olímpicas de ouro no salto e prata no individual geral. Em Paris (2024) foram mais 4 medalhas: ouro no solo, pratas no individual geral e salto e, por fim, o bronze por equipes.
Nas redes sociais, Rebeca agradeceu pelo reconhecimento recebido e o suporte da sua equipe, principalmente a sua psicóloga, que a acompanha há anos:
“Eu me sinto muito feliz e honrada por receber meu primeiro Laureus. Estou orgulhosa, me sinto abençoada pela equipe que tenho e pela família que eu tenho. Eles acreditaram em mim mesmo quando eu não acreditava. Eu gostaria de fazer um agradecimento especial para uma pessoa que está aqui conosco essa noite, que foi uma peça importantíssima para que o mundo me conhecesse não só como atleta, mas como pessoa também, que é a Aline (Wolff), minha psicóloga. Quero agradecer pelo trabalho, companheirismo, pelo cuidado durante meu período de lesões. Fico feliz de ser uma grande referência para as gerações que estão vindo e para pessoas em geral, de força, de mostrar que a gente pode alcançar os nossos objetivos, independentemente do lugar de onde a gente tenha vindo.”
A premiação Laureus reconhece atletas, equipes e projetos esportivos de destaque nos últimos 12 meses. Simone Biles, por exemplo, também já recebeu o prêmio de Retorno do Ano, graças a seu retorno vitorioso após duas temporadas ausente do esporte para cuidar da saúde mental.
Medalha de ouro inédita para o Brasil na ginástica rítmica

Foto: reprodução @cbginastica
No sábado, 10 de maio, a seleção brasileira de ginástica rítmica recebeu a coroação da campanha positiva que vem realizando nos últimos anos: na Copa do Mundo de ginástica rítmica, as brasileiras conquistaram a medalha de ouro no conjunto geral, inédita para o país.
Na etapa de Portimão, as ginastas alcançaram o total de 51.350 pontos, após a série mista ao som de “Evidências”, avaliada com 25.150 pontos. Duda Arakaki, Nicole Pircio, Barbara Galvão, Maria Paula Caminha, Mariana Gonçalves e Ana Luiza Francesch já haviam garantido 25.200 pontos no dia anterior, com a série de arco e bola.
A equipe brasileira ainda garantiu mais 2 ouros na competição. Na prova de cinco fitas, as ginastas realizaram uma série praticamente cravada e alcançaram 36.700 pontos, a maior nota do mundo para a prova nesta temporada.
A segunda medalha veio no aparelho de série mista, em que, novamente ao som de Evidências, as brasileiras garantiram 27.500 pontos.
“Estamos felizes com nossos resultados em Portimão, trabalhamos duro quando retornamos os treinamentos após os Jogos Olímpicos de Paris. Em nenhum momento desanimamos, pelo contrário, o primeiro Campeonato Mundial no nosso país foi motivo de inspiração para seguirmos confiantes e continuarmos lutando em busca de grandes resultados para o nosso país. Nossa estreia não poderia ter sido melhor” – Comentou a técnica Camila Ferezin.
Rio de Janeiro será a casa do Mundial de Ginástica Rítmica, entre 20 e 24 de agosto. Essa é a primeira vez que o país sediará a competição.
Taiane Justino quebra o recorde brasileiro de levantamento de peso

Foto: reprodução @taiane.justino / Igor J Reis
No último dia do Campeonato Brasileiro de Levantamento de Pesos, no Centro Universitário da Unifemm, em Sete Lagoas (MG), Taiane Justino fez história. Na categoria acima de 86kg, a atleta se qualificou para o Mundial Adulto – e não parou por aí. Ela quebrou o próprio recorde e se tornou a atleta com a maior carga de peso levantada na história do levantamento de peso feminino brasileiro.
No arranco, Taiane subiu os pesos gradualmente para superar a sua melhor marca e ficar mais próxima de quebrar o recorde brasileiro. Iniciou com uma carga de 105 kg na primeira tentativa, 111 kg na segunda e 115 kg na terceira – todas levantadas com sucesso.
Já no arremesso, na primeira tentativa a atleta carioca garantiu sua vaga no mundial da Noruega, levantando 138 kg. Em seguida, novamente, bateu sua melhor marca pessoal e quebrou recordes ao chegar a incríveis 150 kg. Assim, com um total de 265 kg, Taiane se consolidou como a mulher com maior carga levantada na história brasileira.
A atleta comemorou muito e já está pensando nos Jogos de LA 2028: “Agora, o meu objetivo é melhorar performance, conseguir mais peso e o meu sonho é chegar na Olimpíada, mas chegar para conquistar um pódio olímpico.”
Com apenas 21 anos, a pesista vem fazendo história no esporte em diversas competições. No campeonato pan-americano sub-20 de 2023, Taiane levou para casa 3 medalhas de ouro. Já em 2024, na Copa do Mundo de levantamento de peso de Phuket, na Tailândia, a atleta estabeleceu dez novos recordes brasileiros e sul-americanos.
Tamires Araújo é premiada internacionalmente por atitude de Fair Play

Foto: reprodução @tamiresmorena
A cidade de Budapeste, na Hungria, foi o palco para o reconhecimento da jogadora brasileira de handebol, Tamires Araújo. No dia 19 de maio, a atleta recebeu o Diploma Mundial de Fair Play na categoria “Pierre de Coubertin – Ato de Fair Play”.
Quem acompanhou o Brasil nas Olímpiadas de Paris 2024, com certeza lembra da imagem de uma jogadora de handebol carregando a adversária lesionada na quadra. A cena, reproduzida milhares de vezes internacionalmente, representou perfeitamente um dos maiores princípios do esporte e dos Jogos Olímpicos: o Fair Play.
A atitude de solidariedade aconteceu durante a partida contra Angola, na fase classificatória. A jogadora angolana Albertina Kassoma se lesionou no início do segundo tempo. Após receber atendimento médico, a comissão técnica tentou ajudá-la a caminhar para fora da quadra, porém não obteve sucesso. Tamires não teve dúvidas, pegou Albertina no colo e a carregou para fora da quadra.
Para Tamires, essa foi uma ação simples, de humanidade. Sobre o fair play, a pivô declarou: “Fair play não é apenas para o jogo, é um modo de vida. Esporte é mais do que competir, é uma chance de demonstrar empatia, respeito e solidariedade, dentro e fora de quadra.”
Marta é eleita a melhor jogadora da história do futebol feminino

Imagem: divulgação / IFFHS
Também no dia 19 de maio, a nossa rainha Marta foi coroada novamente, desta vez pela Federação Internacional de História e Estatísticas do Futebol (IFFHS). A federação concedeu o título de melhor jogadora da história do futebol feminino à brasileira.
O ranking traz o top 10 melhores jogadoras da história do esporte e Marta é a única brasileira na lista. A dominância ficou com os Estados Unidos, com três atletas entre as melhores do futebol.
Além do título de maior artilheira da seleção brasileira (masculina e feminina) com 117 gols em 190 partidas, a rainha também é vice-campeã da Copa do Mundo (2007) e conta com três títulos da Copa América, três medalhas olímpicas de prata e dois pan-americanos.
Marta iniciou a sua carreira no Vasco da Gama e, após passar por alguns times suecos, se estabilizou nos Estados Unidos, onde joga atualmente pelo Orlando Pride. Apesar de ter anunciado a aposentadoria da seleção brasileira ano passado, Marta esteve em campo nos últimos dois amistosos contra o Japão, nos dias 30 de maio e 2 de junho.
Continue acompanhando o Portal dos Campeões para mais notícias sobre o esporte feminino brasileiro, dentro e fora das quadras.